29 julho 2006

ATAQUES ISRAELITAS MATAM 16 CIVIS NO 17º DIA DE GUERRA

Simplesmente para ler e reflectir
Susana Salvador
Um operador de câmara jordano, a trabalhar para a televisão alemã N24, e o seu condutor libanês ficaram ontem feridos numa troca de tiros entre soldados israelitas e combatentes do Hezbollah no Sul do Líbano. Ambos seguiam numa coluna de 50 viaturas da Cruz Vermelha Libanesa, que estava a proceder à retirada dos habitantes de Rmeich - isolada desde o início dos confrontos, a 12 de Julho, após o sequestro de dois soldados pelo Hezbollah.
Os ataques israelitas de ontem causaram a morte de pelo menos 16 civis no Sul do Líbano, no dia em que a ONU decidiu retirar da fronteira israelo-libanesa os seus observadores não armados. A decisão surge dias após a morte de quatro elementos das Nações Unidas, no bombardeamento de um posto de observação por forças israelitas.
Na madrugada de quinta para sexta-feira, a aviação israelita atingiu mais de 130 alvos, incluindo várias estruturas do Hezbollah mas também civis. Um dos ataques atingiu uma casa em Hadatha, matando os seus seis ocupantes, segundo a televisão do Hezbollah, Al-Manar.
Os mísseis israelitas destruíram também três edifícios na cidade de Kfar Jouz, perto de Nabatiyé. De acordo com as autoridades libanesas, morreram três pessoas, uma das quais de nacionalidade jordana. Três mulheres morreram em bombardeamentos nas cidades de Talouseh, Sheitiyeh e Bazouriyeh, enquanto, ao final da tarde, a polícia libanesa anunciava a morte de quatro civis num raide aéreo em Tiro.
Com as mortes de ontem, eleva-se a mais de 440 o número de vítimas do conflito. Um número que, de acordo com o ministro da Saúde libanês, deverá ascender a 600, contando com os corpos ainda por recuperar dos destroços de vários edifícios. Também o coordenador para os assuntos humanitários da ONU, Jan Egeland, disse que as mortes no Líbano deviam já ser mais de 600.
Do lado do Hezbollah, os ataques com rockets no Norte de Israel fizeram pelo menos seis feridos. Já os combates corpo a corpo em Bint Jbail, no Sul do Líbano, resultaram em ferimentos em seis soldados israelitas e na morte de 18 combatentes das milícias do Partido de Deus.
Responsáveis do movimento xiita voltaram ontem a recusar o pedido do Comité Internacional da Cruz Vermelha para visitar os dois soldados israelitas cujo sequestro esteve na origem ao conflito.
Diário Noticias, 29 de Julho de 2006

22 julho 2006

Cada vez mais, vai engrossando no nosso pais a cultura Americana, eu sei que esta cultura dá muito jeito a muita gente, no entanto a nossa cultura e os nossos direitos estão a desaparecer, para não dizer que estão a ser roubados.
Estou a falar mais objectivamente no direito ao trabalho honesto, leal, e com direitos. No nosso pais, nesta data, reina a precaridade, pois hoje quem precisa de trabalhar é confrontado:
- Salários de miséria (Média de € 400,00);-
Recibos verdes;
- etc...
E depois estas situações são vendidas ao candidato para o "emprego" como sendo muito beneficas para ele, e como a nossa cultura geral anda muito por baixo, estes candidatos ficam sem resposta ...
Pois é, já não estamos naquele pais em que havia empresários, que queriam ter empresas com futuro, queriam pessoas que se identificassem com o desenvolvimento da empresa, que queriam criar "riqueza" junto com os seus empregados, para desta forma desenvolver a empresa e ao mesmo tempo dar estabilidade e condições aos seus empregados.
Agora dão nomes pomposos aos trabalhadores, ou seja aos seus colaboradores, para fazerem esquecer a existência dos trabalhadores e todos os direitos que foram adquiridos ao longo dos anos, sim porque agora até ao subsidio de almoço estes chamam de regalia.
Outra que está bastante na moda é o trabalho temporário, ou seja as empresas servem-se de trabalhadores que têm contratos mensais com uma empresa de trabalho temporário, para fazer todo o tipo de trabalho nessa empresa - perdão quanto à parte da Administração não corresponde à verdade - ou seja o lixado continua a ser o trabalhador, pois a empresa de trabalho temporário ganha o seu, que não é pouco, a empresa onde o trabalhador presta serviço esfrega as mão de contente, sendo que:
- Não tem encargos com este trabalhador (deduz a factura nos impostos);
- O trabalhador como está com esperanças em ficar efectivo nessa empresa, até limpa os sapatos ao patrão se for necessário;
- Consegue ter este empregado ao seu serviço anos e anos, sem ser responsabilizado;
- Os outros trabalhadores é que lhes dão formação e ainda fazem o seu trabalho, nem que para isso tenham que ficar depois do seu horário, sem receber um cêntimo;
- Quando este empregado ficar doente, é facil manda vir outro em sua substituição, quant ao anterior, que vá morres longe;
- etc......
Mas desengane-se quem pensa que não tem nada a ver com isto, pois é por estas e outras que as empresas e os serviços do nosso pais cada vez funcionam pior, cada vez existe mais incompetência, e cada vez pagamos mais caro.
Mas atenção, não pagamos mais caro por causa dos trabalhadores serem beneficiados, mas sim para cada vez mais o lucro dos mercenários, perdão, dos empresários ser maior......

20 julho 2006

O ALGORITMO PORTALEGRE

Ruben de Carvalho

A acompanhar uma amável entrevista com Francisco Louçã, o Expresso da passada semana publicou o que pretende ser o até hoje mais completo estudo sobre a realidade orgânica do Bloco, clinicamente aliás intitulado Radiografia do Bloco de Esquerda. Com direito a um pormenorizado mapa de Portugal, especificando os números bloquistas por distrito e regiões autónomas, de militantes e de votos nas legislativas de 2005.

Os resultados são deveras interessantes. Segundo o semanário, o Bloco possui em Portalegre 61 militantes; em Viana do Castelo, Vila Real, Bragança, Guarda, Castelo Branco, Évora, Beja e Açores, em cada um, 122 militantes (o que, verifica-se, corresponde em todos exactamente ao dobro de Portalegre, 2x61); em Leiria serão 183 (ou seja, 3x61); em Aveiro, Santarém, Faro e Viseu atingem em cada os 244 (uns quadrangulares 4x61); em Braga, Coimbra e Madeira já sobem para uns distritais 305 (isto é, 5x61); em Setúbal o factor multiplicativo é de 12, a saber, 12x61=732. As maiores multiplicações do Bloco ocorrem no Porto e em Lisboa, no primeiro 13 Portalegres (793=13x61), atingindo na segunda 24 Portalegres (1464=24x61).

Desmentindo os resultados dos exames nacionais de Matemática e as preocupações do prof. Nuno Crato, não só aquelas multiplicações de Portalegres estão rigorosamente certas como, de acordo com a investigação do Expresso, o "total de militantes" é precisamente de 6100, isto é, exactamente 100 Portalegres, também o resultado da operação que consiste em somar as aplicações a Portalegre dos factores multiplicativos bloco-distritais.

Estamos assim perante um caso de estudo que inevitavelmente irá marcar para o futuro a investigação estatística, sociológica e política portuguesa (e quiçá não só), facto que é, de resto, desde já atestado pela cuidadosa exegese que o articulista do jornal faz a estes números, conhecedor como certamente será das rigorosas arquitecturas orgânicas e contabilísticas que permitiram atingir este multiplicado rigor milimétrico. É que poderia até suceder que um qualquer distrito tivesse, digamos, dois Portalegres e meio - mas não: está tudo certinho. Apenas uma pergunta: quem é que palmou a máquina de calcular da redacção do Expresso?

Diário de Noticias, 20 de Julho de 2006

05 julho 2006

MÉDICO E QUATRO MULHERES CONDENADOS PELO CRIME DE ABORTO


04.07.2006 – 12h43 Lusa

Um médico, uma funcionária e três mulheres foram hoje condenados pelo crime de aborto, no Tribunal de Aveiro, que refez um acórdão de 2004 por decisão do Tribunal da Relação de Coimbra.

Trata-se de ser ou não a favor da descriminalização das mulheres.

Há 22 anos foi apresentado na Assembleia da República o primeiro projecto para despenalizar o aborto.

No dia 28 de Junho passado fez 8 anos que se realizou, sem qualquer resultado vinculativo, um referendo sobre a descriminalização da interrupção voluntária da gravidez, cujo objectivo foi o de adiar a solução do problema.

Entretanto, os tribunais interpretando a lei, continuam a condenar as mulheres.

É mais que altura de, sem quaisquer pretextos dilatórios, os deputados assumirem a sua responsabilidade política na Assembleia da República e de, com a dignidade e a certeza de que resolvem o problema, acabarem de vez com o drama de tantas mulheres.

Como nós, na Europa, só a Irlanda, Malta e Polónia.