02 junho 2007

Aderi à GREVE GERAL

Nasci num país de belas paisagens e bonito de se ver
governado por medíocres e malfeitores
era um país de analfabetos
de escassa educação
de quase nulo desenvolvimento
de fraca protecção social
de emigração elevada
de ideias aprisionadas
e de uma guerra que matava
mas também, de um povo livre
que não aceitou a mordaça
em que o aprisionaram.
Numa madrugada de Abril

nas asas do vento
a liberdade chegou
e
“em Portugal aconteceu
o que o mundo nunca viu
um soldado em pé-de-guerra
para um menino sorriu.”
Vivemos a revolução mais bela da história
…uma gaivota voava, voava…
Um povo inteiro livre e em festa,
ergueu a voz,
cantou,
construiu um país,
sonhou com o futuro
e numa noite de Novembro…
…voltaram
“… no céu cinzento
sobre o astro mudo
batendo as asas
na noite calada
vêm em bandos
com pés de veludo
chupar o sangue
fresco da manada…”
e a revolução
“… foi um sonho lindo que acabou…”
e a caminhada recomeçou.
Com a liberdade conquistada fomos assistindo
à reconstituição
de um poder económico enorme e sem lei
exaltam o privado
reconstituindo com mais energia velhos feudos.
aos poucos, foram-nos levando
o acesso gratuito à saúde e ao ensino
foram impondo, os baixos salários e o emprego precário
limitaram as liberdades e vigiaram-nos as consciências
aqui e ali regressou a prévia censura.
Mascarados de democratas, substituíram o arco-íris da revolução,

por cores enganosas,

uns são rosa, outros pretos, outros laranjas,
mas os senhores a quem servem, são os mesmos,
donos de um poder bastardo, fizeram de novo nascer a canção
“… são os mordomos do universo todo
senhores à força, mandadores sem lei
enchem as tulhas, bebem vinho novo
dançam a ronda no pinhal do rei…”

desde a alcáçova

• engrossam as desigualdades de sempre
• espoliam os pobres para enriquecer os ricos
• vendem as estradas da nação
• colocam o estado de joelhos
• privatizam sectores estratégicos e lucrativos
• desregulamentam o trabalho
• encerram escolas, maternidades, hospitais e
centros de saúde
• grassa o desemprego
• trabalhadores emigram
• os soldados voltaram à guerra
Voltamos a viver
Num país sem futuro
sem esperança
sem alma
sem rumo
sem destino

um país que

não acredita
não sonha
não ama
Mas os portugueses, são um povo, uma comunidade de cidadãos

Que quer:
• viver solidariamente;
• ter direito ao trabalho;
• ter acesso à cultura;
• educação e a saúde dignas;
• que não lhe retirem a dignidade;
• que a constituição seja cumprida;
• que o país seja de todos.

e porque acredito em tudo isso
e porque acredito no futuro
e porque acredito no direito de sonhar,

No, dia 30 de Maio de 2007
Aderi à GREVE GERAL

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